Ítalo LIma,Especial para O Estado
A Polícia Federal do Ceará (PF) realizou na manhã de ontem a “Operação Estorno” para combater a corrupção ativa e passiva e sonegação fiscal em Fortaleza. O alvo da operação foi uma quadrilha especializada, acusada de praticar crimes contra a ordem tributária. Foram expedidos 20 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão na Junta Comercial de Fortaleza, Receita Federal, Secretária da Fazenda, empresas e escritórios de contabilidade. Dez pessoas foram presas e dois estão foragidos. A PF, assim como os órgãos não divulgou a identificação dos acusados.
Há cerca de dois anos a PF investigava o envolvimento de funcionários públicos no esquema criminoso de corrupção e sonegação de impostos, que contava com o apoio de escritórios de contabilidades, advogados e empresários. Vários documentos foram recolhidos e a movimentação foi intensa na sede da Polícia Federal durante toda a manhã.
Investigações apontavam que servidores efetuavam a liberação ou redução de valores aplicados em multas a empresas que eram fiscalizadas. O esquema permitia a liberação de cargas sem trâmites tributários em troca de propinas que eram feitas através de escritórios de contabilidade.
Segundo informações do presidente da Junta Comercial do Estado do Ceará (Jucec), Ricardo Lopes, a ação da PF pegou todos os órgãos de surpresa, “mas com o apoio dos chefes das instituições a quadrilha será presa mesmo que seus funcionários estejam envolvidos”.
A operação contou com o apoio de 100 policiais federais, 10 fiscais da Receita Federal e seis fiscais da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará (Sefaz). De acordo a assessoria da Receita Federal, o apoio técnico de funcionários deverá ser usado para análise dos documentos apreendidos. Os acusados poderão responder por formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa, tráfico de influência, violação de sigilo funcional e crimes contra a ordem tributária.
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